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Quando uma tradição vira opção de sobrevivência para comunidades inteiras

Cinco municípios podem ser reconhecidos pelo cultivo do mel: Aiuaba, Arneroz, Quiterianópolis, Tauá e Parambu
Por Redação
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A data, ninguém sabe ao certo, mas estima-se que em torno de 20 anos atrás um grupo de 30 apicultores da Serra dos Batistas, no município de Parambu, nos Inhamuns, no Estado do Ceará, começou a se organizar em torno do cultivo de um tipo de mel diferenciado, produzido na região.

Tinha início o cultivo do mel de aroeira dos Inhamuns que, aos poucos foi motivando o trabalho em comunidade, o que ajudou a valorizar o produto e a favorecer questões até então deixadas de lado, como a necessidade de preservação ambiental. Afinal, sem a florada de árvores nativas como a aroeira, ipê, juazeiro, sabiá e angico, não havia como manter a produção do referido mel de aroeira.

Com os bons resultados, o pequeno grupo seguiu produzindo e, mais que isso, se conscientizando, cada vez mais, acerca da importância da atividade, principalmente na complementação da renda familiar nos períodos de pouca chuva.

Com a disseminação do cultivo do mel de Aroeira dos Inhamuns, os apicultores foram buscar apoio junto ao Escritório do Sebrae/CE sobre técnicas mais modernas, adquiridas durante as capacitações promovidas pelos técnicos da instituição. Os resultados da produção e o crescimento da renda familiar contribuíram para atrair novos produtores. O grupo, hoje, já chega a cerca de 300 apicultores integrados à cooperativa. Além do dinheiro arrecadado com o mel, os apicultores comemoram o fato da atividade ser uma alternativa ao cultivo tradicional de grãos (milho e feijão) de sequeiro, sem interferir nessas atividades tradicionais entre os produtores locais, mas que não oferecem pouca segurança por causa da incertezas das chuvas.

Agora, o mel de aroeira dos Inhamuns é uma alternativa à sobrevivência dos apicultores de cinco municípios da Região: Aiuaba, Arneroz, Quiterianópolis, Tauá e Parambu. Com vantagens como o fato de contribuir para ampliar a renda familiar, ajudar na preservação ambiental, sem uso de agrotóxico e de queimadas.

O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Parambu, tem implementado ações estratégicas para a preservação da cultura como a distribuição de mudas nativas. Agora, a ideia dos apicultores é fracionar e dar valor agregado ao produto.

De acordo com técnicos do Escritório do Sebrae/CE que atuam nos Inhamuns, o acolhimento dos apicultores ao projeto foi decisivo para o crescimento da atividade em Parambu. Um grupo, inclusive, já vem comercializando o produto para a merenda escolar, por meio do Programa de Aquisição da Agricultura (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em média, cada família de apicultor tem uma renda mensal estimada em R$ 1.200. É um complemento a outras atividades, sem exigir maior tempo e dedicação.