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Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae avalia cenário econômico e o papel dos pequenos negócios

Cid Alves também avaliou as perspectivas para as Micro e Pequenas Empresas em 2025
Por Redação
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Cid Alves, presidente do CDE do Sebrae/CE

A economia brasileira e, em especial, a cearense apresentaram resultados positivos no último ano. Entre esses resultados estão o crescimento das vendas do Comércio Varejista Cearense, de 7,8%, e da Produção Industrial, de 6,9%, em 2024, segundo o IBGE. Além disso, o Ceará fechou o ano passado com um saldo de mais de 56 mil empregos com carteira assinada no período de janeiro a dezembro, dos quais 82% foram gerados pelas Micro e Pequenas Empresas.

Em entrevista à Agência Sebrae de Notícias, Cid Alves avaliou os resultados econômicos obtidos pelo país e pelo Ceará no ano passado e as perspectivas para o ano de 2025, diante do cenário provocado pela posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente do CDE destacou ainda o papel do Sebrae no apoio aos pequenos negócios.

1 – Presidente, o Brasil e o Ceará apresentaram resultados positivos no ano passado, tanto no crescimento dos setores econômicos, como na geração de empregos, com expressiva participação dos pequenos negócios. Como o senhor vê esse cenário?

Os pequenos negócios vêm sendo fundamentais para que a nossa economia esteja tendo esses resultados expressivos, porque tanto eles empregam mais, como há uma propensão dos colaboradores permanecerem mais tempo nestas empresas. Nas microempresas, todos se ajudam, o espírito colaborativo que existe nestas empresas faz com que os empregados permaneçam mais tempo e se desenvolvam mais.

O Ceará está de parabéns porque com o Sebrae e as demais entidades do Sistema S temos desenvolvido muitas atividades para que esses pequenos negócios sejam beneficiados e reconhecidos como elemento fundamental para a nossa economia.

2 – Na sua avaliação, quais são os principais desafios e perspectivas para os pequenos negócios, em especial os dos setores de Comércio e Serviços em 2025?

Vejo 2025 ainda como uma incógnita, porque temos o eixo empresarial e financeiro do mundo mudando com o presidente Trump, que foi eleito para defender os interesses dos Estados Unidos. Ninguém sabe ainda quanto o mercado americano irá continuar consumindo do que nós produzimos e dos nossos serviços e a forma como eles vão se comportar deve ditar as nossas ações no Brasil.

3 – Temas como sustentabilidade e responsabilidade social têm sido cada vez mais presentes em nossa sociedade. Como o senhor vê essa questão e de que forma as empresas, em especial os pequenos negócios, devem se preparar para lidar com estas temáticas no seu dia a dia?    

Eu acho que a gente, como Sebrae, tem a obrigação de orientá-los (pequenos negócios), porque se as micro e pequenas empresas e os microempreendedores individuais (MEI) estão sob o nosso guarda-chuva, a gente tem obrigação de orientá-los nesta questão da sustentabilidade.

Acredito que essa pode ser uma pauta que vamos abordar este ano no conselho. Devemos ter a sustentabilidade como foco tanto no que se refere aos impactos no meio ambiente, como no conjunto do que está no entorno das empresas. Temos, por exemplo, que ampliar a formação para que as empresas lidam cada vez melhor com os seus resíduos, para que eles não sejam descartados de forma irregular nas ruas e avenidas das cidades. Acredito que esse deve ser um dos focos importantes da nossa atuação este ano.

Resultados Econômicos em 2024

Comércio

– Segundo o IBGE, o comércio varejista cearense apresentou um crescimento de 7,8% em 2024.

– Entre os setores de principais destaques ficaram: os artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos tiveram uma alta expressiva de 17,6%, seguidos por outros artigos de uso pessoal e doméstico com 13,5% e móveis com 11,6%.

– No cenário nacional, o comércio varejista registrou uma alta de 4,7% no acumulado do ano, mantendo a tendência de crescimento pelo oitavo ano consecutivo.

Indústria

– A produção industrial do Ceará fechou 2024 com um crescimento de 6,9% no acumulado de janeiro a dezembro;

– No ranking nacional, o crescimento do setor industrial do Ceará ficou atrás apenas de Santa Catarina (7,7%) e Rio Grande do Norte (7,4%);

– O resultado do ano no Ceará também é o maior dos últimos 11 anos e foi puxado por setores como: têxtil, metal, confecção, calçadista e metalúrgico;

– Em todo o país, o crescimento da produção industrial foi de 3,1%.

Emprego

– O Ceará terminou o ano de 2024 com um saldo acumulado de 56.231 empregos formais;

– Deste total, 46.007 foram gerados pelas Micro e Pequenas Empresas cearenses;

– O Brasil terminou o ano com um saldo acumulado de cerca de 1,7 milhão de empregos com carteira assinada;

– Os pequenos negócios foram responsáveis por 72% deste total, tendo gerado 1.222.927 postos de trabalho formais ao longo dos 12 meses do ano passado.