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Ecossistema Local de Inovação (ELI) do Vale do Jaguaribe gera resultados para o produtor rural

A colaboração entre academia e indústria vai buscar soluções para desafios locais, promovendo o desenvolvimento sustentável no Vale do Jaguaribe.
Por Redação
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Uma iniciativa do Ecossistema Local de Inovação (ELI) do Vale do Jaguaribe, realizada em abril e organizada pelo Escritório do Sebrae/CE na Região, já está gerando resultados promissores. Dividida em duas etapas: a visita à FAPIJA (Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe Apodi) e à Frutacor, importante evento do setor da fruticultura da Região e do Estado, reuniu representantes da UFC e IFCE.

O encontro discutiu desafios e oportunidades do segmento, marcando o início de uma parceria estratégica entre a academia e a iniciativa privada. Um dos problemas apresentados foi a dificuldade em projetar a colheita de determinadas culturas, resultando em produção acima ou abaixo do negociado e causando prejuízos ou dificuldades no cumprimento de contratos.

A solução proposta foi o uso de visão computacional para mapeamento e contagem do estágio floral com a aplicação de inteligência artificial (IA). Professores e alunos da UFC e do IFCE estão à frente deste projeto, que já está em andamento. Embora os detalhes da pesquisa ainda não possam ser divulgados publicamente, os resultados preliminares são esperados para os próximos seis meses.

“Capturamos mais de mil fotografias da produção, com o apoio dos colaboradores da Frutacor, e marcamos todos os estágios florais nas imagens. Isso nos permite criar um banco de dados robusto para a IA. Nosso objetivo é desenvolver um algoritmo de inteligência artificial supervisionado que possa contabilizar e definir os estágios de desenvolvimento das flores, contribuindo para um planejamento e gestão mais eficientes da produção,” comenta Davidson Alves Nunes, professor do IFCE e doutorando da UFC, que utilizará este projeto como base para sua tese de doutorado, sob a coorientação do Professor Daniello Gonçalves Gomes e orientação do Professor Dr. João Bosco Ferreira Filho.

O articulador regional do Sebrae/CE, Alcides Ferreira, ressalta a importância da conexão entre os atores do ecossistema para impulsionar o desenvolvimento regional. “A colaboração entre a academia, a iniciativa privada e instituições de apoio como o Sebrae/CE é fundamental para criar um ambiente propício ao surgimento de iniciativas inovadoras. Esses esforços conjuntos, não apenas resolvem problemas específicos do setor, mas, também, fomentam um ecossistema vibrante de inovação, capaz de gerar soluções que atendam às necessidades da sociedade como um todo,” destaca Alcides.

Marta Inês Nunes Nepomuceno, representante da Frutacor, também enfatizou a relevância dessa colaboração. “Gostaria de enaltecer dois pontos principais. Primeiro, a importância de levar o conhecimento acadêmico diretamente ao campo e ao produtor rural. Essa interação é crucial para o crescimento e desenvolvimento do Agronegócio.

Em segundo lugar, no contexto da agricultura 5.0, é vital coletar dados, transformá-los em informação e, posteriormente, em resultados concretos para o produtor”, explica. “Através da tecnologia da informação e da tecnologia digital, podemos levar essa transformação ao campo, promovendo inovação e melhorando a competitividade,” afirma Nepomuceno.

GRUPO DE ESTUDO

Um destaque adicional da iniciativa foi a criação de um grupo de estudo em agro informática, envolvendo a participação de alunos da UFC-Russas e do IFCE-Jaguaruana. Este grupo promete impulsionar ainda mais a inovação no setor, fomentando o empreendedorismo e a sustentabilidade na fruticultura regional.

Com foco na responsabilidade social, esta colaboração entre academia e indústria busca encontrar soluções inovadoras para desafios locais, promovendo o desenvolvimento econômico sustentável no Vale do Jaguaribe.

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