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Negócios de Impacto Social

Artigo do superintendente do Sebrae/CE destaca modalidade de empreendedorismo que busca conciliar viabilidade financeira com desenvolvimento socioambiental
Por Joaquim Cartaxp
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O século XXI tem trazido novos olhares sobre atividades tradicionais do cotidiano da sociedade, inclusive o empreendedorismo. Hoje, esta prática não se limita apenas à busca do lucro. Cresce no mundo uma modalidade de empreendedorismo que tem como principal motivação a geração de impactos positivos na sociedade e nas comunidades onde as empresas estão instaladas. É o chamado empreendedorismo social ou de impacto social.

Não é que inexista preocupação com a sustentabilidade econômica, longe disso, uma vez que este é um dos pilares de qualquer empresa. O grande diferencial do empreendedorismo social é justamente conciliar a viabilidade financeira com o desenvolvimento de ações que sejam capazes de mudar uma realidade, estabelecendo medidas e estratégias que gerem um retorno e ambiente positivo para a sociedade.

A quarta edição do Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental, pesquisa realizada pela aceleradora Quintessa e pela startup Pipe Social, mostrou que o empreendedorismo social pode gerar negócios lucrativos. Dos empreendedores sociais ouvidos pela pesquisa que declaram faturamento em 2023, 41% faturaram até R$ 100 mil no ano. Outros 34% faturaram entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão no período. Já 25% destes empreendedores declaram um faturamento acima de R$ 1 milhão.

A diferença é que estas empresas atuam sob uma lógica de lucro com propósito, de modo que parte dos resultados financeiros alcançados sejam reinvestidos para ampliar os impactos para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, contribuindo para a sustentabilidade socioambiental do território.

Outra marca forte dos negócios de impacto é a inovação. Estes negócios frequentemente adotam abordagens inovadoras para tratar problemas complexos, que vão desde o emprego de tecnologias avançadas, ou a criação de novos modelos de negócios, até a realização de parcerias criativas para alcançar seus objetivos.

Mas nem tudo são flores, esses negócios também enfrentam muitos desafios por não se encaixarem nos modelos tradicionais, tais como falta de políticas públicas ou dificuldade de acesso a crédito, por exemplo. Por isso, compreender a importância e os impactos gerados por estas empresas e apoiá-las em sua missão é um passo importante a ser dado para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e empreendedora.

Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE