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Admirável Centralidade Virtual

Artigo do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, debate a nova centralidade criada a partir da ampliação do uso dos meios digitais na sociedade atual
Por Joaquim Cartaxo
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Em qualquer cidade, rapidamente se identifica o seu centro, onde atividades tradicionais e históricas se concentram e compõem o desenvolvimento do setor terciário. A expansão urbana produziu os não-centros, formando novas centralidades – os subcentros e os shopping centers – para atender às necessidades citadinas e de aquisição de bens e serviços da população.

Quantos aos ambientes digitais, constituiu-se a denominada centralidade virtual, caracterizada por focos de polarização descentralizada, delineando novas fronteiras para seus quefazeres.

Parafraseando George Orwell, essa “admirável centralidade virtual” é formada por plataformas de redes sociais, fóruns, comunidades on-line, buscadores, portais de e-commerce, jogos, inteligência artificial, metaversos e realidades virtuais. De qualquer lugar, os usuários trabalham remotamente e acessam serviços e produtos. As atividades acontecem nas nuvens digitais.

Além do atual sistema de distribuição e entrega com veículos automotores tradicionais, nessa logística emprega-se tecnologias como drones e veículos autônomos, e recursos avançados para o gerenciamento da cadeia de suprimentos.

A centralidade virtual torna-se um espaço de interações cibernéticas que expande oportunidades de negócios, facilita fluxos de troca, reduz custos transacionais, aumenta a eficiência operacional e favorece a flexibilidade e a inovação. Um espaço no qual as pessoas e as organizações, sejam ofertantes ou consumidoras, se conectam, interagem, colaboram, compartilham informações e prestam serviços, adaptando-se às rápidas e intensas mudanças desta era digital.

Conforme pesquisa do Sebrae, 81% dos pequenos negócios cearenses utilizam canais digitais para suas vendas, superando a média nacional, que é de 72%. Em todo o país, 48% dos empreendedores afirmaram já ter realizado propaganda on-line. No Ceará, esse percentual alcança 52%.

Os números demonstram a tendência de crescimento da centralidade virtual, cujo conceito dinâmico e abrangente expressa a transformação por que passam as relações socioeconômicas e culturais no mundo digital. Em expansão, essa centralidade se estabelece como variável relevante nas dinâmicas da sociedade contemporânea.

Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e diretor superintendente do Sebrae/CE.