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Começar uma startup no Brasil: pontos cruciais para empreender com responsabilidade

O mercado brasileiro se mostra aberto à inovação, porém a jornada requer planejamento e análise constante.
Por Redação
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A vontade de empreender faz parte dos planos de mais da metade da população brasileira, segundo a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) 2023/2024 . O levantamento apontou que 52% dos entrevistados desejam abrir uma empresa nos próximos três anos, índice considerado um dos mais altos no cenário mundial. Startups, especialmente, têm atraído atenção por unirem gerações em torno de soluções tecnológicas e dinâmicas. Apesar desse movimento, ainda existem barreiras a serem superadas antes que a ideia se transforme em um negócio real.

A CEO da Associação Brasileira de Startups (Abstartups) , Claudia Schulz , reuniu recomendações práticas para quem está começando. Ela destaca que o caminho exige não apenas criatividade, mas também estratégia, análise de mercado e entendimento das necessidades dos clientes.

“Planeje sem medo” é o primeiro ponto. Schulz observa que muitos empreendedores travam suas ideias na fase inicial por receio de parecer ousados. “O primeiro passo é justamente o contrário: se permita idealizar com liberdade, sem travas ou amarras”, afirma. Nessa etapa, é importante focar no “porquê” e “para quem” o produto será criado, antes de se preocupar com detalhes de execução.

A segunda recomendação aborda a importância de validar as hipóteses. Segundo a executiva, a escuta ativa é indispensável: “Antes de pensar em MVP, lançamento ou campanha de mídia, dedique-se a conversar com potenciais clientes”. Ela acrescenta que muitos produtos fracassam por tentar solucionar problemas inexistentes ou mal definidos. A validação precisa ser contínua, reforça.

Outro ponto relevante envolve a busca por um co-founder. Claudia Schulz ressalta que um sócio com competências complementares pode ser decisivo para o sucesso da empresa. “Mais do que alguém habilidoso, procure alguém com quem você compartilhe visão, valores e disposição para o conflito saudável”, recomenda. Essa parceria contribui para a divisão de tarefas e decisões.

O quarto conselho alerta sobre o risco de se apegar excessivamente à ideia. Para Schulz, o foco deve ser o problema real do mercado: “A pergunta certa não é ‘como vender minha ideia?’, mas sim: ‘Qual problema real estou resolvendo, e por que as pessoas ainda não têm uma boa solução?'”. Esse olhar direciona os esforços para atender a demandas reais.

Por fim, a CEO indica que o ajuste entre produto e mercado é essencial para atrair investidores. “Antes de buscar capital, busque encaixe real com o mercado”, observa. Isso envolve entender o público, o comportamento de consumo, o contexto econômico e a concorrência. Ajustar a proposta de valor é fundamental para conquistar clientes fiéis, principal argumento para atrair investidores.

Os cinco pontos apresentados refletem a realidade de empreender no Brasil. A pesquisa da GEM indica alta disposição para criar negócios, mas os desafios exigem preparo e resiliência. O mercado brasileiro se mostra aberto à inovação, porém a jornada requer planejamento e análise constante.

Startups têm potencial para transformar setores tradicionais e impulsionar a economia. Contudo, é necessário reconhecer que construir uma empresa envolve mais do que ter uma boa ideia: é preciso dedicação, escuta ativa e disposição para mudanças. Claudia Schulz enfatiza que o sucesso de uma startup depende de disciplina e aprendizado contínuo.