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Desafios do Empreendedorismo Feminino

Artigo do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, aborda os desafios e os impactos do empreendedorismo feminino no país
Por Joaquim Cartaxo
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Empreender é um ato de coragem voltado a tornar realidade algo, até então, existente apenas como ideia. Há um sentido especial nisso quando falamos de mulheres empreendedoras: além da conquista individual, o empreendedorismo feminino é associado à coletividade, visto que pode contribuir com a melhoria das condições de vida e trabalho suas, de suas famílias e das comunidades.

Decerto, o empreendedorismo empodera e propicia a independência feminina. Estudo do Sebrae (2024), denominado Empreendedorismo Feminino e baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), mostra que o Brasil possuía 10,3 milhões de empreendedoras, sejam formais ou informais. Desse total, 5,3 milhões eram responsáveis pela manutenção financeira de sua unidade familiar.

Metade dessas empreendedoras declarou-se negra. Esse dado indica afirmação e representatividade, em um contexto no qual as mulheres negras ainda são a parcela mais vulnerável da população quanto à renda e trabalho. O empreendedorismo ganha mais significado ao ampliar as chances de elas acessarem as oportunidades existentes.

Segundo o mesmo estudo, as mulheres dedicam, em média, 35 horas semanais ao seu negócio, enquanto os homens têm disponível de 40 a 43 horas. Isso acontece porque as mulheres lidam com as atividades profissionais e o chamado “trabalho invisível” – as tarefas de cuidar de pessoas e afazeres domiciliares – que, apesar de consumir tempo e dedicação, não é devidamente reconhecido pela sociedade em geral, muito menos remunerado. Portanto, não figura formalmente no Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Empreender reduz desigualdades. A diferença da renda mensal média entre homens (R$3.432) e mulheres (R$2.634) donos e donas de negócios caiu 13,2 pontos percentuais nos últimos onze anos, conforme a pesquisa citada.

É uma demanda urgente fomentar o impacto transformador do empreendedorismo feminino, com todas as suas forças, desafios e possibilidades. Apoiar mulheres em sua jornada empreendedora ultrapassa o comprometimento; é uma convocação para aquelas e aqueles que desejam romper barreiras e consumar uma sociedade sustentável, solidária e igualitária em todas as dimensões – cultural, ecológica, social e econômica.

Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE