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Desafios das mulheres empreendedoras

Artigo do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, traz reflexão sobre os desafios enfrentados pelas mulheres em sua jornada empreendedora.
Por Joaquim Cartaxo
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8 de março, Dia Internacional da Mulher. Além das comemorações devidas, cabe acentuar a reflexão sobre os desafios enfrentados pelas mulheres, como o da jornada empreendedora, marcada por obstáculos oriundos de desigualdades estruturais enraizadas socialmente.

A falta de acesso a recursos financeiros, a discriminação de gênero no mercado de trabalho e a sobrecarga de responsabilidades familiares são algumas das barreiras enfrentadas, no início ou na expansão dos negócios.

A pesquisa “Característica dos Empreendedores: Empreendedorismo Feminino”, realizada pelo Sebrae, em 2023, aborda essas dificuldades. As mulheres que empreendem dedicam 3,1 horas aos cuidados familiares e consomem 2,9 horas do dia nos afazeres domésticos; já os homens gastam 1,6h e 1,5h nas mesmas tarefas, respectivamente.

Na jornada dupla de trabalho – doméstico e empresarial – 76% das mulheres se sentiram mais sobrecarregadas e 61% já deixaram de fazer algo para si ou para a empresa para cuidar de familiares. Entre os empreendedores do gênero masculino, essas proporções caem para 55% e 48%, na mesma ordem. O estudo também apontou que as empreendedoras recebem menos apoio do cônjuge, amigos, pais e fornecedores do que os empreendedores.

A pesquisa informa ainda que 42% das empreendedoras brasileiras pesquisadas já presenciaram situações de preconceito contra outra mulher empresária e 25% já sofreram discriminação. Esta violência repercute no relacionamento com clientes, parceiros, fornecedores ou na obtenção de crédito para o negócio.

Essa violência de gênero também tem impacto direto na autoconfiança das empreendedoras. De acordo com a pesquisa do Sebrae, 70% das mulheres ouvidas se dizem 100% seguras na liderança de seus negócios. Entre os homens esta proporção é de 85%. Além disso, 61% das empreendedoras afirma ter facilidade em definir projetos e realizar seus sonhos, enquanto que entre os empreendedores do sexo masculino esse número sobe para 72%.

É crucial reconhecer e valorizar o papel das mulheres empreendedoras e criar um ambiente propício para que elas possam prosperar. Assim, promove-se a igualdade de oportunidades, estimula-se a economia, constrói-se um futuro mais inclusivo e sustentável para todas e todos.

Joaquim Cartaxo- arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE