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Encontros de muitas expectativas, sonhos e oportunidades de negócio. Assim vem sendo as rodadas de negócios entre compradores e vendedores que estão participando do MICBR + Ibero-América 2025. Realizado pelo Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Governo do Ceará e Prefeitura de Fortaleza e com o apoio do Sebrae, o encontro se destaca como o maior mercado público de economia criativa do Brasil.
Desde quinta-feira (4), cerca de 350 empreendedores criativos, representando todos os estados brasileiros e o Distrito Federal, dos segmentos de artesanato, audiovisual, animação, circo, dança, design, editorial, gastronomia, Hip-Hop, jogos eletrônicos, moda, museu e patrimônio, música, teatro, artes técnicas e visuais, estão tendo a oportunidade de apresentar e negociar seus produtos e serviços criativos com compradores de todo o Brasil e de países da América do Sul, Europa e África.
Mais do que um evento, o MICBR + Ibero-América 2025 é um espaço dinâmico onde ideias, negócios e talentos se encontram com o objetivo de fortalecer os setores criativos, abrir caminhos para que produtos e serviços culturais circulem dentro e fora do Brasil, e profissionalizar quem faz a cultura acontecer.
Como a Maria Souza, produtora cultural de Curitiba e fundadora da Poço e Pêndulo, que oferece serviços que vão da produção à gestão e elaboração de projetos. “Estou muito animada. A gente trabalha com multiáreas, e esse ambiente permite conversar com setores diferentes ao mesmo tempo”.
Ou o produtor carioca Gabriel Marinho, fundador da Mondé Musical. “A gente vive numa bolha do Sudeste”, confessou, rindo de si. “Vir pra cá, abre o olho. A gente não conhece nem metade da riqueza cultural que o Brasil tem.” A Mondé trabalha com música urbana, descobrindo e lançando artistas, mas, segundo ele, o encontro com produtores e criadores de outros cantos do país vem dissolvendo certezas.
Mas o encontro não é apenas dos brasileiros, o público internacional veio disposto a formar redes duradouras — e, em alguns casos, de grande escala. “Estou aqui representando 50 cidades da Europa”, afirma Carlos Martins, gestor cultural português ligado à rede Culture Next. “O que eu levo daqui é multiplicado. Quando encontro um artista interessante, não levo para uma cidade — levo para cinquenta.”
Ele lembra que esteve na primeira edição em São Paulo e agora retorna com uma missão ampliada: “Queremos criar oportunidades reais, não apenas conversas. Tenho certeza de que vamos sair daqui com muitas consequências, muitos desdobramentos.”
Para a gestora estadual de Economia Criativa do Sebrae/CE, Cattleya Guedes, a realização das rodadas é uma grande oportunidade para os empreendedores realizarem contatos e ampliarem seus horizontes em relação ao mercado. “Aqui, vendedores e compradores criativos, tem a oportunidade de conhecer e se conectar com produtos e mercados, a qual normalmente não teria acesso, gerando grandes oportunidades de negócios e crescimento para o setor da Economia Criativa brasileiro”.
Segundo ela, para além do evento, o Sebrae tem uma tarefa importante de ajudar os empreendedores criativos brasileiros a estarem preparados do ponto de vista da gestão e da qualificação para atenderem as necessidades do mercado. “Muitas vezes, um empreendedor criativo não tem a habilidade com gestão e o Sebrae tem este desafio de ajudá-los a verem suas atividades como um negócio”.
Rede
A programação desta sexta-feira do MICBR + Ibero-América 2025 contou também com a realização de um encontro da Rede de Cultura e Economia Criativa, fruto do acordo de cooperação entre Sebrae Nacional e Ministério da Cultura. O encontro, que reuniu representantes dos Sebrae, empreendedores, gestores públicos e lideranças do setor, contou com a presença do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, da analista de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Cyntia Bicalho Uchoa e de representantes do Ministério da Cultura.
A Rede pretende apoiar estados e municípios na implementação da Política Nacional Aldir Blanc, o fortalecimento da economia criativa e do Sistema Nacional de Cultura por meio da articulação entre territórios, apoio aos micro e pequenos empreendedores culturais e construção de um ecossistema colaborativo.
Além da presença das Unidades Estaduais do Sebrae, a rede conta com parceiros estratégicos como a Fundação Roberto Marinho, a Fundação Itaú Cultural, o Instituto Equatorial, o Instituto BR Arte, a Organização dos Estados-Iberoamericanos – OEI e o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura.
