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Pesquisa do Corecon e da Fecomércio Ceará avalia setores da economia nacional

Foram ouvidos 102 especialistas que avaliaram de maio a junho o cenário econômico nacional
Por Corecon/Fecomércio
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Mesmo com a redução da pandemia de COVID-19 e a abertura total do comércio, especialistas cearenses não estão otimistas com vários segmentos da economia do País. Foi o que revelou pesquisa do Conselho Regional de Economia (Corecon-Ce) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE).

Na pesquisa, o cenário internacional é definido como bastante desafiador. “Nós temos aí as duas grandes locomotivas, os Estados Unidos e a China, que quando se mexem ou não se mexem, provocam uma ebulição, uma turbulência na economia internacional”, destaca Ricardo Eleutério, conselheiro do Corecon.

Segundo Ricardo, a China vai fazer uma taxa de crescimento menor esse ano, por conta dos novos lockdowns, devido a covid-19. “O Banco Central Americano usa também um remédio amargo, que é elevar a taxa básica de juros para esfriar a economia. Então, esses últimos dias foram muito turbulentos. A expectativa é de que os Estados Unidos elevem a taxa de juros deles num ritmo mais acelerado. As elevações de 0,25% passaram para 0,50% e passariam para 0,75% a cada reunião do comitê de política monetária americana. Então, quando os EUA elevam sua taxa de juros, o que acontece? O dólar tende a subir na economia mundial, tende a provocar recessão na economia mundial”, afirma Ricardo.

Ainda segundo o conselheiro do Corecon, há sim um temor de alguma possível recessão ou desaceleração mais acentuada no crescimento econômico mundial. “Nós temos no cenário externo a permanência, a continuidade do conflito Ucrânia e Rússia, essa nova dinâmica mais fria da economia chinesa e também as medidas mais duras de elevação mais forte da taxa de juros americana diante da pressão inflacionária. Quando o Banco Central eleva a taxa de juros aqui na economia nacional, os efeitos são apenas na economia nacional, mas quando os Estados Unidos elevam os efeitos, são em toda a economia”, avalia Ricardo.

Ainda na pesquisa

Profissionais de diversos setores da economia cearense, como a indústria, agricultura, setor público, mercado financeiro, comércio e serviços, não estão confiantes com a oferta de crédito (98,9 pontos); o cenário internacional (79,0 pontos); a taxa de câmbio (73,1 pontos); gastos públicos (48,4 pontos); taxa de inflação (41,9 pontos); taxa de juros (31,2 pontos) e salários reais (27,4 pontos). Com relação à geração de empregos, os dados se mostraram indiferentes (100,0 pontos).

A pesquisa compõe parte do Índice de Expectativas dos Especialistas em Economia (IEE) e é de periodicidade bimestral. Também participaram consultores, executivos de finanças, professores universitários, pesquisadores, analistas e dirigentes de entidades diversas contribuíram com suas percepções.

Metodologia

De acordo com a metodologia, o estudo pontua de zero a 200 pontos as variáveis analisadas. Abaixo de 100 pontos, configura-se uma situação de pessimismo e acima desse valor, otimismo. Considerando a soma das variáveis, o índice de percepção geral passou de 71,9 pontos para 69,1 pontos, um aumento de 3,9% no pessimismo em relação à pesquisa anterior.

“Cabe destacar que as expectativas movem os agentes econômicos impactando, positivamente ou negativamente, o comportamento das diversas variáveis econômicas como consumo, investimento, poupança, taxa de juros, dentre outras. Ao mesmo tempo, a performance, positiva ou negativa das variáveis, índices e indicadores econômicos interfere na percepção dos diversos agentes econômicos. Assim, as expectativas são a um só tempo causa e consequência do comportamento econômico”, conclui Ricardo Eleutério, autor do estudo e conselheiro do Corecon-CE.

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