Muito tem se falado sobre a importância e a necessidade de desenvolver a inteligência artificial (IA), potencializando benefícios para as áreas relacionadas ao trabalho, saúde, finanças, automação industrial, jogos, veículos autônomos, dentre outras.
Esta “inteligência atual” pode convergir com outra modalidade: a inteligência emocional (IE), que compreende a capacidade humana de reconhecer, entender e gerenciar as emoções próprias e as dos outros. Difundida por Daniel Goleman nos anos 1990, a IE amplia a compreensão tradicional de inteligência e se caracteriza por cinco habilidades principais: Autoconsciência, Autocontrole, Motivação, Empatia e Habilidades sociais.
Indivíduos com alta IE podem motivar suas equipes, gerenciar conflitos e criar um ambiente de trabalho positivo. Já a IA diz respeito à capacidade de máquinas executarem atividades como conhecimento, raciocínio, resolução de problemas e compreensão da linguagem natural, as quais normalmente são realizadas pelo ser humano. Aprendizado, redes neurais e processamento de linguagem natural compõem essa inteligência, que cria sistemas capazes de reconhecer, interpretar e responder às emoções humanas.
Embora a interseção de IA e IE ofereça muitos benefícios, também levanta questões éticas e desafios. A privacidade é uma preocupação significativa, já que a coleta e a análise de dados emocionais podem ser invasivas. Além disso, há o risco de que a IA emocional possa ser usada para manipular emoções de maneira antiética, como em publicidade ou propaganda. Torna-se imprescindível, portanto, garantir que o desenvolvimento e a implementação dessas tecnologias sejam feitos de maneira responsável e centrada no ser humano.
A IA e IE não são inteligências opostas, mas complementares, considerando que inteligência artificial nos permite investir mais tempo e energia em atos e decisões que demandam ética, empatia e criatividade.
O equilíbrio no uso e no aperfeiçoamento dessas duas inteligências poderá nos trazer um futuro em que a tecnologia não apenas aprimore nossas capacidades técnicas, mas também contribua para a construção e o fortalecimento de uma sociedade mais empática além de conectada, com interações pessoais e profissionais profundas e duradouras, enriquecendo nossa experiência humana.
Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE