Quando pensado como forma de inclusão social, o design apresenta soluções inovadoras como opções para enfrentar o desafio de equacionar as desigualdades estruturais no atendimento às diferentes necessidades da população. Tecnologias de baixo custo, reaproveitamento de materiais, processos produtivos sustentáveis e design regenerativo são possibilidades que contribuem para a democratização do acesso a informações, produtos e serviços.
Projetos integrados às demandas da população impactam positivamente e fortalecem os processos de participação social. Portanto, acessibilidade, diversidade cultural e atuação comunitária precisam ser consideradas no design, criando-se condições para que mais pessoas interajam com o ambiente e a sociedade.
A inclusão no desenvolvimento de produtos ocorre quando formas e funcionalidades são imaginadas e materiais são escolhidos contemplando a variedade de demandas sociais. Por exemplo: embalagens com conteúdo em braille, mobiliário adaptável e dispositivos ergonômicos.
O design de serviços é inclusivo ao estruturar fluxos acessíveis em espaços públicos, nos transportes e em espaços de atendimento ao cliente. O design promove inclusão também na comunicação visual, nos elementos ligados à legibilidade e sinalização, orientando públicos distintos e garantindo-lhes autonomia e mobilidade.
As interfaces digitais acessíveis propiciam aos indivíduos com deficiência visual, auditiva ou motora utilizar tecnologia de forma autônoma, mediante padrões de uso e tecnologia assistiva que integram diferentes públicos às plataformas digitais, ampliando a participação social.
Incorporar vivências e demandas reais não é apenas uma estratégia do design, mas um papel na revolução da participação social. É dar voz e poder aos usuários, para que usem e reivindiquem lugares, produtos e serviços como extensão de suas práticas individuais e coletivas na vida social.
Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e Diretor superintendente do Sebrae/CE