Em 2001, o professor inglês John Howkins, em seu livro “The Creative Economy”, conceituou economia criativa como os processos que envolvem a criação, produção e distribuição de produtos e serviços que utilizam a criatividade como principal insumo. Avançando neste debate, em 2010, a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) estabeleceu uma classificação para as então denominadas indústrias criativas, separando-as em quatro categorias: patrimônio, artes, mídia e criações funcionais.
No Brasil, segundo a 8ª edição do Mapeamento das Indústrias Criativas do Brasil, elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), a participação da economia criativa no PIB brasileiro chegou, em 2023, a 3,59%, totalizando R$ 393,3 bilhões. A pesquisa, do mesmo ano, com os últimos dados oficiais disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontou no Brasil a existência de 1,262 milhão de profissionais empregados formalmente em atividades criativas.
No Ceará, segundo o mesmo estudo, a produção oriunda das indústrias criativas contribuiu com 3,4% do PIB do estado em 2023, sendo a 5ª maior participação da economia criativa no PIB estadual entre os demais entes federativos e a 1ª do Nordeste neste quesito.
Em valores monetários, o mapeamento da Firjan aponta que o PIB dos empreendimentos criativos cearenses foi de R$ 9,1 bilhões em 2023, o 8º maior do país, fazendo com que o Ceará, assim como o Distrito Federal, se destaque com os principais resultados da economia criativa do Brasil fora das regiões Sudeste e Sul.
Compreender a força deste segmento econômico e o seu papel na geração de emprego e renda é fundamental para que possamos construir ações públicas e privadas cada vez mais efetivas no apoio ao desenvolvimento dos negócios e dos profissionais criativos em nosso estado e em nosso país.
Joaquim Cartaxo – arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE