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A Potência da Economia Criativa

Artigo do superintendente do Sebrae/CE, Joaquim Cartaxo, aponta elementos que demonstram a força da Economia Criativa no país
Por Joaquim Cartaxo
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Em um mundo notabilizado por transições energéticas, sociais, ambientais, culturais e tecnológicas, onde a inovação e a adaptação evidenciam-se cada vez mais, a economia criativa apresenta-se com um potencial socioeconômico imensurável, pois lida com um insumo abundante e infinito, que é a capacidade humana de criar, ao contrário da economia tradicional, regida pela finitude de recursos.

Para além de impulsionar a geração de trabalho e renda, a economia criativa relaciona-se a temas contemporâneos, tais como inclusão socioprodutiva, sustentabilidade, diversidade cultural e promoção do desenvolvimento territorial. Tudo isso qualifica-a como a economia do século XXI, segundo entidades como a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Essa economia movimentou em 2020 cerca de R$ 217,4 bilhões, valor comparável à produção total do setor de construção civil e superior à produção total do setor extrativista mineral. Conforme o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, elaborado pela Firjan em 2022, ela responde por cerca de 3% do PIB brasileiro e é uma economia com grande perspectiva de crescimento.

O estudo aponta ainda que, no mesmo período, a economia criativa contribuiu com 2,5% do PIB do Ceará. O resultado colocou o Estado como o primeiro da região Nordeste e o quinto do país em participação da Economia Criativa no PIB estadual. Em 2020, no Ceará, as atividades que integram essa economia foram responsáveis por um total de 21.798 empregos formais, com uma remuneração média mensal de R$ 3.984. Isso corresponde a 2,8 vezes o salário-mínimo brasileiro para o ano de 2024, que é de R$1.412.

Por certo, os dados comprovam que a economia criativa pode contribuir ainda mais para o desenvolvimento socioeconômico do país, desde que conte com o apoio das instituições públicas e privadas. A recriação da Secretaria de Economia Criativa e o lançamento da Política Nacional de Economia Criativa (Brasil Criativo) pelo Ministério da Cultura, são decisões que apontam nesse sentido. Essas iniciativas demonstram o reconhecimento e a priorização desse segmento por parte do governo Lula, sinalizando positivamente as ações voltadas ao fortalecimento da Economia Criativa no Brasil.

Joaquim Cartaxo- arquiteto urbanista e superintendente do Sebrae/CE