O petróleo é ainda a principal fonte para a produção de combustíveis e lubrificantes no mundo. Porém, com as constantes oscilações no seu preço, assim como os potenciais danos ambientais dos derivados de origem fóssil, cresce a busca por produtos vindos de matérias-primas renováveis.
Seguindo essa tendência, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), em parceria com a Petrobras, criaram um lubrificante industrial de origem vegetal de alto valor agregado, elaborado por meio de uma nova rota química que o torna comercialmente mais competitivo. Esse invento acaba de garantir a 28ª carta patente à UFC.
O novo biolubrificante (nome dado aos lubrificantes biodegradáveis e não tóxicos ao meio ambiente e ao ser humano) pode ser obtido através da soja, do girassol, do babaçu, do algodão e da carnaúba, entre outras oleaginosas, mas é por meio da mamona que ele alcança os melhores resultados, gerando produtos com melhores propriedades físico-químicas.
É o que explica o Prof. Murilo Luna, um dos autores do invento. Ele informa que esses produtos têm inúmeras utilidades, podendo ser utilizados para formulação desde fluidos hidráulicos até lubrificantes para motores e compressores.
“Este invento também pode ser uma oportunidade para as indústrias de biodiesel, que já trabalham com o mesmo tipo de matéria-prima. Elas podem desenvolver produtos de alto valor agregado, além dos combustíveis”, defende Murilo, que é professor do Departamento de Engenharia Química da UFC e integrante do Núcleo de Pesquisas em Lubrificantes.
A patente foi solicitada em 2018 ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o qual concedeu a carta patente no fim de maio deste ano. Mas a pesquisa segue avançando. O professor adianta que a equipe de pesquisadores já está trabalhando no aperfeiçoamento dos processos descritos na patente, desta vez utilizando catalisadores desenvolvidos na própria UFC para agilizar os processos químicos.