
Com o objetivo de fortalecer o conhecimento e a produção queijeira sustentável, o Sebrae/CE e o Instituto Eleva realizam, até esta sexta-feira, o II “Encontro Queijeiro do Vale do Jaguaribe” . Na programação, o curso “Fabricação de queijos finos, com Débora Pereira – da Queijaria Mateus (15 vagas); curso: queijos autorais e cura de queijos especiais (40 vagas). Abertura oficial do II Encontro Queijeiro do Vale do Jaguaribe – Instituto Eleva (jaguaribe) – horário: 14h às 22h, e no dia 05/12, o curso: “Treinamento sensorial de produtos lácteos” – com o mestre dos sentidos Tiago Pascoal –- (25 vagas)
SERVIÇO:
II Encontro Queijeiro Vale do Jaguaribe
01 a 05/12/2025
Jaguaribe/CE
horário: 09:00 às 17:00h
Inscreva-se aqui: https://forms.office.com/r/fSryTBzVfY
@sebraece @elzileidesousa50”
UM CLÁSSICO
Considerado um clássico da gastronomia do Nordeste, o queijo coalho tem caraterísticas muito peculiares: conhecido por sua textura firme, sabor suave e ótima resistência ao calor, sendo ideal para grelhar ou assar sem derreter completamente, o queijo coalho, embora tenha se popularizado na Região, chegou por aqui com os nossos descobridores.
Tão logo foi produzido, passou a ter uma grande importância para a Região, principalmente por causa da sua versatilidade, sendo um símbolo da culinária nordestina e ingrediente chave em churrascos e petiscos, tanto pelos seus benefícios nutricionais, como pela alta concentração de proteínas, cálcio e vitaminas, além de ter propriedades probióticas que auxiliam na saúde intestinal, ele também tem uma grande importância econômica e cultural, especialmente para os pequenos produtores do Sertão.
Considerado um dos símbolos do Nordeste, representa, a partir da sua produção artesanal, um ícone da culinária nordestina, e uma versão perfeita da cultura nordestina sendo, hoje, reconhecido pela sua importância gastronômica, tem espaço garantido dentre os queijos gourmets, sendo exportado e consumido em todo o Brasil e no mundo.
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HISTÓRIA
Resultado da mistura de: leite de vaca cru e integral, coalho animal e sal, o queijo coalho chegou ao Brasil e ao Ceará, por volta de 1.500, embora o antigo donatário da província do Ceará não tenha feito investimento em nada. Tanto que, até 1600, não havia sido ocupada, diferentemente da de Pernambuco, que logo iniciou o cultivo da cana.
A informação é do livro “A história do queijo Coalho de Jaguaribe-CE”, de autoria de Gledstone Peixoto Cavalcante, empresário, pesquisador e apreciador do queijo de coalho. Segundo ele, o donatário da capitania do Ceará, Antônio Cardoso de Barros não se interessou pela sua ocupação, devido a resistência dos índios locais, e ao clima impróprio para produção da cana de açúcar. Os registros históricos mostram que somente em 1603, o capitão-mor Pero Coelho de Sousa percorreu, por terra, toda sua costa e fundou um forte na foz do Rio Ceará. Por volta de 1610, o capitão-mor Martim Soares Moreno, fez outra incursão pelo mesmo caminho de Pero Coelho e trouxe um rebanho de gado que foi deixado, próximo do litoral, tendo aumentado bastante segundo a história. É provável que as primeiras fazendas de gado implantadas próximo ao litoral, tenham usado parte desse gado para seu povoamento.
AUTENTICIDADE
Vale salientar que, para se fazer um autêntico queijo de coalho, é indispensável o uso do coalho “animal”. É ele quem confere, ao queijo, um sabor encorpado, aquele estado de queijo maturado e macio. A dificuldade para se usar o coalho animal é, acima de tudo, o seu preparo que começa com uma boa limpeza, sem lavar, e depois uma boa salga, secagem e guarda do “estomago do animal”. Após bem seco pode-se preparar o soro para se usar na produção do queijo. O soro também pode ser congelado por até 8 meses sem perder sua eficácia.
Já o escritor e pesquisador Mourão Cavalcante, o queijo Coalho artesanal representa a cultura, história e gastronomia nordestina. Este alimento já faz parte dos hábitos alimentares da população do Nordeste e constitui um ingrediente importante de diversas iguarias nordestinas, como o baião de dois, o munguzá, a tapioca, a pamonha, dentre outras.
O autor ressalta que a produção artesanal de queijos (Coalho e Manteiga) representa uma importante atividade econômica na Região Nordeste, pois gera fonte de renda (leite e queijo) e trabalho no campo. Estima-se que cerca de 50% ou mais da produção de leite de vaca no Nordeste seja destinado à produção de queijo Coalho artesanal (QCA).
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