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Ceará apresenta potencial para o cultivo de cacau

No Ceará, em 2023, a produção de cacau irrigado totalizou 13 toneladas, enquanto o cacau de sequeiro somou 9 toneladas.
Por Informações FAEC
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Com uma produção de 44 toneladas de cacau em 2023, em fase experimental, o Ceará apresenta condições favoráveis para alavancar o cultivo do produto. Segundo Odílio Coimbra, assessor da Presidência da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), o Estado tem condições climáticas propícias para o cacau, além de áreas com possibilidade de compartilhar o uso da água com outras culturas, consorciadas, por exemplo, com o coco.

“Temos temperaturas muito favoráveis ao plantio do cacau, que é uma cultura de excelente rentabilidade. Creio que, em dois anos, o Ceará se tornará um grande polo de produção do cacau”, diz Odílio. em 2023, a produção de cacau irrigado totalizou 13 toneladas, enquanto o cacau de sequeiro somou 9 toneladas, com destaque para os municípios Bela Cruz, Quixeré e Russas. A estimativa é de que o cultivo do cacau gere até três empregos por hectare.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o país já foi o maior exportador de cacau e hoje ocupa a sétima posição na produção mundial. O declínio se deu por diversos motivos, como estiagens, redução de preços e avanço de uma doença conhecida como “vassoura-de-bruxa”, principalmente nas lavouras baianas, que ainda se recupera das perdas socioeconômicas.

Embora ainda esteja em fase de recuperação, os especialistas e produtores apostam que a cadeia produtiva do cacau já tem condições de retomar o mesmo ritmo de décadas passadas. Com investimentos em pesquisas, melhorias de processos produtivos e tecnologias de beneficiamento de amêndoas pós-colheita para fabricação, a expectativa é de que o setor continue crescendo nos próximos anos.

Por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), novas tecnologias para aumento da produtividade do cacau vêm sendo desenvolvidas e difundidas, incluindo o manejo da lavoura, sistemas de fertilização e fertirrigação e o melhoramento genético com o uso de sementes híbridas e clones de alta produtividade e resistência a pragas, disponibilizando aos produtores novos cultivares de cacaueiros.

Nas regiões produtoras, a cultura cacaueira mobiliza uma grande rede de mão de obra, apresentando forte impacto social, econômico e cultural. De acordo com a Associação das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), o setor representa mais de 4.000 empregos diretos e indiretos e é um dos elos de uma cadeia de mais de 120 mil pessoas, incluindo produtores rurais e indústrias de chocolate. No total, é estimado que esse setor represente R$ 23 bilhões anuais de valor gerado ao país.

Um estudo, publicado no ano passado, por pesquisadores Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e instituições parceiras, demonstrou que a expansão sustentável do cacau tem sido extremamente benéfica para a região amazônica ao aliar geração de emprego e renda à conservação da floresta.

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